sábado, 26 de maio de 2012

Teleanálise | "Do 'Xournalismo' de Xuxa à bela e as feras"

Malu Fontes

A semana jornalística começou sob o prognóstico de que as declarações de Xuxa ao Fantástico, anunciando que fora abusada sexualmente reiteradas vezes da infância, até os 13 anos e por diferentes homens adultos, dariam o tom da repercussão facinha do jornalismo de fofoca e, sobretudo, das redes sociais.  Em Salvador, no entanto, a metamorfose da versão da Rainha dos Baixinhos de 'Xou da Xuxa' para 'showrnalismo do eu', a fórmula batida de jornalismo de celebridade em que famosos expõem intimidades e dizem coisas no divã eletrônico da TV que algumas pessoas levariam anos gastando os tubos para falar ao analista, teve a cena roubada pelo showrnalismo dos PPPs, o jornalismo sensacionalista que deita e rola sobre os presos pobres da periferia e só falta bater continência para presos de operações milionárias.


Xuxa em entrevista ao Fantástico: "Xournalismo". Crédito: Estadão

BOIADA - Em Salvador, com repercussão para além da cidade e do Estado, uma repórter de um dos programas televisivos populares foi espinafrada após algo que alguns chamam de entrevista, dela com um suposto garoto acusado de estupro, cair na rede e provocar um efeito retardado, mas acachapante sobre a moça. Os artigos indefinidos usados até aqui, uma repórter, um programa, não é um caso de cuidado em não dar nome aos bois. Ao contrário, é uma forma de abranger a boiada. A moça, loura, jovem, rica, ao fazer troça com um encarcerado preto e pobre foi atirada aos leões, mas sozinha.


Repórter hostiliza entrevistado pobre. Ela é só um exemplo de alguns que têm esse comportamento. Crédito: Jornalismo B

De injustiça, as acusações à moça não têm nada, mas daí a usá-la, sozinha, como boi de piranha e bode expiatório da fórmula jocosa como presos e acusados do que quer que seja são entrevistados pelo formato de telejornalismo que hoje viceja sob aplauso popular (segundo mostra a audiência) e sob o silêncio da Justiça e do Estado, é hipocrisia da boa. Moiçolos que fizeram fama como entrevistadores e apresentadores desse tipo de programa, apenas mais feiosos que Mirella Cunha e com maior concentração de melanina, repetem todos os dias o mesmo comportamento jocoso que o do vídeo dela que correu as redes com um poder quase viral.


FERAS - E quem nunca assistiu a nada parecido é porque, em nome do bom gosto ou de um comportamento blasè intelectual prefere arrotar coisas do tipo: ah, eu não vejo lixo. Pois quem sabe se o "lixo" viesse sendo visto mais de perto, inclusive pelas autoridades que agora anunciam o enquadramento legal da moça nas letras constitucionais, saber-se-ia, de há muito, que ela é tão somente a mais nova e bonitinha cria desse gênero de entrevistador/a na Bahia. E não duvidem: deve ter sido escolhida a dedo justamente por sua lourice, juventude, fashionice e beleza. Ela cabe como uma luva num personagem que os programas concorrentes ainda não tinham: a Bela, para ser explorada no vídeo como contraponto às feras entrevistadas, ou seja, os bárbaros que TODOS os programas dessa natureza, que se estapeiam cotidianamente pela audiência, sobretudo na grade vespertina, exibem como as feras e os monstros que levam alguns telespectadores a salivar sonhando com a pena de morte.

O diálogo da Bela com seu entrevistado soa abjeto aos olhos dos defensores da igualdade de direitos entre presos A e presos B? Sim, ninguém há de negar. Mas antes de a transformarem na Geni solitária, que tal fazer um rastreamento analítico de seus colegas de função na concorrência para conferir suas performances? E os delegados que permitem tal nível de jocosidade nos espaços do Estado em troca do capital simbólico que angariam com o telespectador que quer sangue? E o governador, que quase que mensalmente faz uma ronda nas emissoras batendo o ponto como entrevistado nesses mesmos programas que os críticos chamam de escória? E se no resto do tempo é só desgraça nas cenas desses programas, nos dias de ronda do governador nos estúdios todos os apresentadores só lhe fazem perguntas do tipo escada, aquelas que garantem respostas bonitas ou burocráticas.


CACHOEIRA - Crucificar Mirella é fácil. Mas cadê peito e de quem para evitar que rotineiramente seus colegas presepeiros perguntem de um tudo a quem não tem advogado para poder ficar calado? Carlinhos Cachoeira ficou em silêncio quase 3 horas no Congresso, recusando-se a responder, sob as bênçãos do lastreado Márcio Thomaz Bastos, qualquer pergunta dos nobres senadores da República. E tudo bem. Na TV baiana, se qualquer preso ou acusado pobre insinua uma resposta hostil, os coleguinhas de Mirella, sob as bênçãos dos delegados em busca de flash, gritam logo: respeite o repórter! Ah, tá. O mesmo garoto que é trollado pela Bela, no dia em que foi preso, passeou, no mesmo dia, pelas telas da concorrência. E quem disse que foi abordado de forma muito diferente pelos outros entrevistadores e apresentadores? Mirella não está só em seu modus operandi, ao contrário do que, agora, querem fazer crer seus concorrentes.


Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 27 de maio de 2012, no jornal A Tarde, Caderno 2, p. 05, Salvador/BA; maluzes@gmail.com

sábado, 19 de maio de 2012

Teleanálise | "A auréola de Carolina e os escravos do Brasil"

Malu Fontes

Muitas vezes as matérias jornalísticas exibidas na televisão revelam muito mais sobre o país e seus problemas por aquilo que escondem do que por aquilo que abordam e revelam abertamente. Durante a semana, três reportagens exibidas em diferentes telejornais são exemplos claros do quanto é possível informar sem informar. Tudo bem que seria exagero e radicalismo dizer que boa parte das matérias que podem ser caracterizadas como tais mais desinformam que informam. Não é verdade. Mas não se pode silenciar que estas deixam o telespectador desamparado quanto a instrumentos críticos que lhes permitam refletir melhor e mais criticamente sobre aquele assunto abordado.


As três reportagens, exibidas em dias diferentes e em diferentes telejornais. A primeira: toda a operação de cuidados e investimentos necessários adotados pelos produtores de flores da cidade paulista de Holambra, o principal pólo nacional de floricultura. Em datas comemorativas como o dia das mães e dos namorados, centenas de caminhões de grande porte e cheios de triques triques, como refrigeração na medida e suspensões que ultrapassem a perfeição mecânica, saem de Holambra e cruzam o país em centenas, milhares de quilômetros, para entregar flores perfeitas ao mercado nacional.


NO LOMBO - Se isso não leva o preço das flores para a estratosfera? Não se toca no assunto. Para que estragar assunto tão belo? Mas isso não é o mais importante desse exemplo: o lobby das grandes montadoras de automóveis na condição de anunciantes de TV é tão poderoso que ninguém nunca discute a sério que os custos de Holambra valem para tudo o que o brasileiro consome. Carne, peixe, grãos, cruzam o país no lombo caríssimo de caminhões. Enquanto isso, a construção de uma malha ferroviária nunca é pauta nem agenda política de nenhum programa jornalístico, de nenhum candidato a nada ou eleito para o que quer que seja. Quem se importa? As montadoras precisam vender seus caminhões, sustentando a lógica do transporte lento, caro e ineficiente que só serve para encarecer a vida e alimentar a eterna corrupção dos reparos constantes das estradas esfoladas por tanta carga pesada.

A segunda matéria: apenas poucas horas após a identificação dos hackers sebosinhos que revelaram ao país o tamanho e a cor da auréola dos peitos de Carolina Dieckmann na web, o Congresso nacional acudiu correndo e aprovou no ritmo the flash o projeto que circulava na casa há teeeeempos tornando crime invasão de computadores, violação de senhas, obtenção de dados sem autorização, a ação de hackers, a clonagem de cartões de crédito ou débito, enfim, os cybercrimes. Não, não estavam querendo ser manchete nos produtos jornalísticos nem serem oportunistas ao solidarizar-se com uma famosa global. Foi coincidência. Se correram assim, ágeis como coelhos, certamente foi pensando no bem comum do cidadão brasileiro.


BCHOS-PREGUIÇA - Mas a informação sobre a reação rápida dos deputados diante das vergonhas expostas de graça e sem fotoshop de Mrs. Dieckmann ainda diz muito pouco sobre os deputados se analisada jornalisticamente isolada. Ganha em cores e profundidade ideológica do tipo de parlamentares comprometidos que temos é quando esta mesma informação é contrastada com a terceira matéria que ilustra este texto. Na mesma semana, os mesmos deputados tiraram os seus da reta quando foram conclamados a votar o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo. A pressão da bancada ruralista não permitiu, até agora, após várias tentativas, que a PEC fosse votada. Se aprovada, estabelece a pena de perda da propriedade como punição para quem mantém trabalhadores em regime de escravidão ou em condição degradante.

Sim, está correto transformar em crime o cybercrime. Mas por que a exposição das vergonhas de uma celebridade da emissora mais poderosa do país leva os parlamentares a correrem em disparada para ficar bem na fita e aprovam em tempo recorde uma lei e, ao mesmo tempo, estes mesmos deputados, tornam-se bichos-preguiça retardatários, letárgicos quando se trata de aprovar lei que protege gente escravizada em 2012? Talvez nem fosse preciso responder que trocentos deputados e senadores que não tomaram conhecimento da Abolição, volta e meia são acusados de manter mão de obra escrava em seus latifúndios no Brasil profundo. Mas já que entre as vítimas não está nenhuma Carolina Dieckmann, quem se importa? Nem a imprensa, sobretudo o telejornalismo, cuja cobertura sobre a eterna recusa dos nobres parlamentares de votarem (e aprovarem, se é que vão fazê-lo) da PEC do trabalho escravo foi menos que pífia.


Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 20 de maio de 2012, no jornal A Tarde, Caderno 2, p. 05, Salvador/BA; maluzes@gmail.com


sábado, 12 de maio de 2012

Teleanálise | "O ovo ou a galinha?"

Malu Fontes

Com a disseminação das chamadas mídias pós-massivas, ou seja, os tablets, as mensagens eletrônicas, as informações circulantes nos smartphones, as imagens capturadas por câmeras onipresentes de celulares ou por sistemas públicos e privados de vigilância, entre tantas outras modalidades de tráfego de informação, a cada dia redefine-se o conceito de privacidade, para se continuar sem saber mais o que é isso. A atriz Carolina Dieckmann e suas fotos nuas para consumo do casal que o diga. Ela é apenas o caso mais recente.


O conceito de privacidade, e também o de violação desta, vêm se reconfigurando com as novas mídias. Crédito: socialtimes.com
RETO - Durante a semana, uma outra discussão sobre privacidade e ética chamou muito menos atenção na TV do que o caso Dieckmann, por razões óbvias, mas teve um potencial, para quem estivesse disposto a isso, é claro, muito maior para se fazer pensar no direito à privacidade e no quanto ela vale quando se trata de um cidadão comum. Uma equipe médica do centro cirúrgico do Hospital Universitário de Londrina filmou com celulares e divulgou na rede a cirurgia em um homem para a retirada de um peixe que entrou em seu intestino pelo reto.

O teor com que as abordagens jornalísticas trataram do tema, colocando a opinião de advogados, autoridades em ética e representantes do Conselho Federal de Medicina, leva a uma pergunta sem respostas: até que ponto a repercussão dada pelos grandes veículos de comunicação de massa, como a televisão e seus principais telejornais nacionais e os jornais impressos de maior circulação no país contribui para inibir que atos antiéticos desta natureza sejam evitados ou para que sejam inflacionados via web?

MAL LAVADO - A exposição triplamente traumática a que o paciente foi submetido (causada pelo incidente em si, pela inclusão das imagens da cirurgia na Internet e pela repercussão posterior em grande escala nos telejornais e jornais nacionais), leva à tese do que veio primeiro, se o ovo ou a galinha? Ao dar ampla repercussão a fatos desta natureza, a imprensa convencional não está fazendo as vezes do sujo que fala do mal lavado? Não está contribuindo, ao exibir as imagens, para acentuar o dano ético e moral cometido originalmente pela equipe médica que registrou tais imagens e as inseriu na internet?

A co-responsabilização dos meios de imprensa tradicionais, ao lado dos médicos acusados de cometerem um crime contra a dignidade do paciente, parece se escancarar quando, por exemplo, um telejornal expõe em rede nacional partes dessas mesmas imagens, chamadas de indignas pelos âncoras. A falta de ética não deveria estar tão somente na origem primeira da circulação, mas também na continuidade da disseminação, na decisão editorial dos profissionais de imprensa que a fazem chegar, inclusive, a rincões aonde jamais chegaria apenas via web.   

URUBUS - Nesse caso específico do Paraná, para além dos efeitos emocionais causados no paciente e em sua família pela repercussão nos veículos de imprensa e da presença ad infinitum na rede, já que até mesmo o caríssimo advogado Kakay que atende de Demóstenes Torres a Carolina Dieckmann não conseguiu retirar as fotos da atriz da web, as expectativas voltam-se para o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional do Paraná. Somente com a punição de atitudes desta natureza, cometidas por parte de profissionais da medicina, e, sobretudo em um contexto de Hospital Universitário, ou seja, um hospital escola, é possível ter alguma garantia que a intimidade de pacientes em momentos máximos de fragilidade humana não se transforme em atração circense. Já não bastam os pseudojornalistas travestidos de urubus munidos de câmeras todo o tempo sobrevoando os corpos de gente pobre?

Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 13 de maio de 2012, no jornal A Tarde, Caderno 2, p. 05, Salvador/BA; maluzes@gmail.com

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Teleanálise | "Quanto vale uma convicção?"

Malu Fontes

Um fato ocorrido no último feriado do trabalho, em Portugal, sem nenhum destaque nos telejornais brasileiros, deu a medida do quanto, no circo do consumo, tudo está à venda e pode ser negociado, principalmente as mais sólidas convicções ideológicas. Os brasileiros talvez tenham dificuldade de entender o ponto zero de todo o barulho gerado no feriado do trabalhador nas principais cidades portuguesas. No Brasil, há muito tempo, não apenas os supermercados, mas todo o comércio abre as portas durante os feriados e os finais de semana e ninguém reclama. 

Confusão em um dos supermercados da rede portuguesa Pingo Doce. Crédito: Sapo.pt

Este ano, em Portugal, bastou uma rede de supermercados anunciar que abriria suas lojas no feriado de primeiro de maio para todo o país dar início a um intenso e apaixonado debate sobre os limites do capitalismo e do consumismo e seus impactos na vida das pessoas. Os sindicatos propuseram imediatamente uma greve nacional visando tão somente impedir que a rede de supermercados levasse essa heresia adiante, com o apoio de entidades da sociedade civil. Os argumentos eram de que o desejo de lucro dos empresários não poderia se sobrepor ao direito do lazer e descanso dos trabalhadores no 1º de maio.  

SARAMAGO - Enquanto a sociedade, a intelectualidade, o senso comum em cada esquina e os empregados de supermercados faziam do assunto a polêmica de ocasião, os donos da rede tiveram uma ideia que durante todo o dia de terça-feira transformou as cidades e bairros mais importantes do país em um cenário vivo do livro de Saramago, se este tivesse vivido o bastante para batizar sua obra de Ensaio Sobre o Consumo, em vez de Ensaio Sobre a Cegueira.


A rede de supermercados, uma das principais do país e que atende pelo sugestivo nome de Pingo Doce, achou a fórmula para obter consenso quanto à abertura das portas pela primeira vez na história portuguesa no 1º de maio: sem qualquer campanha publicitária, deixou correr pelas cidades os boatos verdadeiros de que, ok, cometeria uma heresia ideológica trabalhista mas, ofereceria uma compensação e tanto a quem aceitasse o convite para ir fazer umas comprinhas no feriado. Todos os clientes que comprassem mais de 100 euros, teriam um desconto de 50%. Foi o suficiente para as convicções dos trabalhadores e cidadãos portugueses sobre a sacralidade do 1º de maio se desfazerem. Afinal, que convicção resiste a uma proposta indecente que transforma uma conta de mil euros em 500? Com 50% de ganho, quase todo mundo vende a sua.


CIGANOS - As cenas exibidas pela TV portuguesa, descritas pelos jornais impressos do país e os vídeos disponíveis para o mundo no YouTube mostram em que pode se transformar um espetáculo de consumo. O surrealismo começou nas madrugadas anteriores ao feriado, com a população cigana. Negociantes natos do tipo que vislumbram de longe uma boa oportunidade de lucrar muito investindo pouco, os ciganos acorreram aos supermercados, enfiaram uma moeda de um euro para cada carrinho de compras que ficam nos estacionamentos das lojas (lá os carrinhos só são destravados após a inserção de uma moeda, devolvida ao fim das compras e quando do retorno do equipamento ao local de origem) e logo em seguida postaram-se a alugá-los para os primeiros madrugadores das filas e os alugavam a 25 euros. Naturalmente não havia, a essa altura, um só carrinho disponível para ser retirado em troca da tal moeda de um euro.


O cenário foi dantesco, para muito além do surto que acometia os personagens de Saramago no Ensaio Sobre a Cegueira. Centenas de pessoas presas, dez horas em filas para efetuar pagamentos nos caixas, laticínios devorados sem pagar dentro da loja pela fome que os clientes começaram a sentir diante de tantas horas de filas, caos e espera, pessoas quebrando garrafas para usar como armas com o intuito de disputar produtos, prateleiras absolutamente vazias antes do meio da tarde e cidades com engarrafamentos nunca vistos em nenhuma delas. 

NABO - O caos foi tamanho que se tornou um problema de polícia, de estado, de segurança pública, de economia (dumping) e, acima de tudo, um debate ideológico sobre o que pode e até aonde vai a sanha ensandecida por consumo. Quem acha que convicção ideológica de trabalhador não tem preço, ofereça-lhe um desconto de 50% diante de um carrinho de supermercado cheio, mesmo que para vender-se por esse desconto o contemplado precise correr risco de vida. E embora a Rede Globo tenha um correspondente em Portugal, nenhum minuto dos telejornais da casa foi dado a este episódio. Ah, mas se fosse um nabo gigante colhido na quinta do seu Manuel em algum ponto da Beira Interior, certamente o Jornal Hoje noticiaria com destaque...   





Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 06 de maio de 2012, no jornal A Tarde, Caderno 2, p. 05, Salvador/BA; maluzes@gmail.com